O tempo foi amigo de Mallu Magalhães

Foto: Divulgação

Quando cito o nome de Mallu Magalhães, muitos torcem o nariz. Seja por acharem suas músicas insuportáveis ou por terem os dois pés atrás devido às polêmicas envolvendo a cantora no último amo - se lembra do videoclipe de "Você Não Presta"? E do "essa é para quem é preconceituoso e acha que branco não pode tocar samba"? Pois é. Mas a cantora já mostrou que é bem mais que declarações e interpretações enviesadas.

Vimos Mallu como a menina prodígio de 15 anos na MTV, acompanhamos sua estranha relação com Marcelo Camelo, que tem quase o dobro de sua idade, e vimos o quanto sua influência direta como produtor e companheiro moldou o som feito pela cantora. O introspectivo Pitanga (2012) apresentou essa nova Mallu, uma que assume ser "Velha e Louca" e que faz "Cena".

Vem é o quarto álbum de estúdio da carreira de Mallu, e mostra o quanto a cantora evoluiu. Se antes cantava com a voz mais introspectiva, hoje denota confiança e se impõe na música. A influência do marido, Camelo, ainda é bem nítida - os dois últimos trabalhos da moça soam bastante com o sambinha-fim-de-tarde que o músico apresentou em sua carreira solo e em algumas de suas composições no Los Hermanos. Um agrado à "geração brasileirísimos", que abraçou a onda da nova MPB.

Mãe da pequena Luísa, a quem ela dedica "Casa Pronta", Mallu ainda aparenta ser a mesma menina que aparecia na MTV com a incompreensível "Tchubaruba", mas com maior presença e firmeza, tanto na voz quanto na sonoridade. Sua paixão por Marcelo Camelo ainda vinga nas letras, que traduzem a intimidade e as dificuldades do casal. E o "Sambinha Bom" do Pitanga se tornou a marca da cantora, e ela não parece longe de fugir disso. Pois, então. Que sambemos mais uma vez.

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